Costa de Souza

Caricatura | Ilustração


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Pré-carnaval 2009

samba-laguna-em-lilas500

Rainha em lilás – acrílico sobre papel 200g – 21 x 30 cm – R$ 30

Blumenau sambou ontem, ao som da Confraria do Samba, como o povo gosta: de graça e ao ar livre, na Vila Brasileira, antiga Proeb. Quem não foi pode ir muitas vezes ainda. Toda quarta-feira, a Secretaria Municipal de Turismo traz o fino do samba pra esquentar a cidade pro carnaval que, tudo bem, vai ser tímido, numa quinta-feira, pra deixar o povo à vontade pra viajar depois, mas não é de uma hora pra outra que se consolida uma festa dessas na cidade mesmo. O som na Vila começa às 20h e ontem passou das 22h.

A imagem do post foi pintada a partir de um belo ensaio com Gisele Pavanate, rainha da escola Xavante, do carnaval de Laguna. O ensaio foi publicado este mês na revista Nua, excelente novidade no mercado de revistas masculinas, editada em Florianópolis. Não pude deixar de comprar a minha, já que a musa do meu carnaval preferido posou nas ruas de Itajaí. Vale a pena espiar no site ou comprar a sua, já que é só 5 pila!

Faltam 29 dias pra sexta-feira de carnaval


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Continua

Paredes brancas são meu tormento e não haveria sensação pior pra me acompanhar durante a espera no hospital. Os minutos rastejavam cada vez mais longos quando pude finalmente ver meu filho e minha esposa.

 

O Leonardo chegou pra mudar nossas vidas. Pelo menos a minha, eu decidi, tinha que ser preenchida com momentos de alegria intensa, pra compensar tanta agonia da passagem até agora discreta que tive por este mundo. Que hora estranha pra nascer o meu primeiro filho! A coincidência só podia ser o aviso que eu precisava, e eu atendi.

 

Passamos dias vendo as ondas na praia, conhecendo o vai-e-vem da água. Barulho de mudança, pra mim uma terapia. Em casa, era o Leonardo de dia e uma nova esposa à noite. Eu a amava mais do que nunca, ela procurava entender minha nova fase e dávamos gargalhadas com o Léo. Uma linda mãe, um lindo filho.

 

Esta semana o Léo fez seu primeiro aniversário e tive uma surpresa: sobrevivi. Contrariei as expectativas do médico, que disse que eu teria apenas um ano de vida depois de descoberto o câncer.

 

O Léo já está mexendo com a areia na praia. A Mara chora e não sabe explicar por quê. O médico ainda diz que posso morrer a qualquer momento, mas meu filho me trouxe hoje uma palavra mais animadora que a do pós-graduado: “papai”.

 

Este texto foi escrito para a rodada especial dos leitores do blog Duelo de Escritores. O tema da rodada era “Um ano”. Obrigado à equipe do blog pelo incentivo. Fazia mais de um ano que eu não escrevia um conto.